De acordo com a Agência Internacional de Notícias AhlulBayt (ABNA), Hujjat al-Islam wal-Muslimin Mohammad Hossein Amin, um escritor e pesquisador religioso, em um artigo exclusivo para a ABNA, analisou o papel da religião na resolução da crise de identidade dos jovens. A juventude é um estágio tumultuado e decisivo; é onde o ser humano, entre a infância e a idade adulta, busca o significado da vida e seu lugar no mundo. Nesse meio tempo, a religião pode desempenhar um papel central na pacificação das tempestades internas e na guia da pessoa em direção à sua identidade verdadeira.
1. Crise de Identidade: Uma Ferida Oculta na Alma do Jovem de Hoje
A crise de identidade é uma ferida invisível que habita a alma de muitos jovens hoje. O indivíduo envolvido nesta crise sofre de dúvidas profundas sobre si mesmo, seu futuro, seus valores e seu lugar na sociedade. Às vezes, essa crise é acompanhada de depressão, isolamento ou seguimento cego de correntes de pensamento e estilos de vida ocidentais.
Em um mundo onde as informações são transmitidas na velocidade da luz, os jovens estão expostos a uma enxurrada de mensagens, estilos e valores contraditórios. Essa enxurrada abala seus fundamentos intelectuais e de crença, causando-lhes uma "vertigem de identidade".
Nesse ambiente, se o jovem não tiver um apoio espiritual e um sistema de pensamento sólido, ele facilmente cede a correntes desviantes. Um dos fatores-chave que pode preencher esse vazio é a religião; uma religião que, além dos rituais externos, oferece respostas fundamentais às perguntas existenciais do ser humano.
2. Religião: A Resposta Clara à Pergunta "Quem Sou Eu?"
A religião do Islã, especialmente na perspectiva xiita, oferece uma resposta clara e honrosa à crise de identidade. Do ponto de vista do Alcorão, o ser humano é um ser com um espírito divino: ﴿وَنَفَخْتُ فِيهِ مِن رُوحِی﴾ [1]; este versículo indica que a identidade principal do ser humano vai além do corpo e dos instintos.
O Islã apresenta o ser humano como o califa de Deus na Terra: ﴿إِنِّی جَاعِلٌ فِی الْأَرْضِ خَلِیفَةً﴾ [2]. Esta expressão mostra a visão do Islã sobre o ser humano como um ser responsável, desenvolvido e encarregado de prosperar a Terra. A califado divino não é apenas um título honorário, mas uma missão através da qual o ser humano deve ser um espelho dos atributos divinos; ou seja, refletir conhecimento, justiça, misericórdia e sabedoria em seu comportamento individual e social. Esta posição liberta o jovem da escravidão de identidades vazias e importadas, lembrando-o de que seu valor e identidade encontram significado na conexão com Deus, no reconhecimento de suas responsabilidades humanas e no desempenho de um papel construtivo no universo. Esta expressão liberta o jovem da escravidão de identidades vazias e importadas, e lembra-o de que o seu valor está na conexão com Deus e no desempenho do seu papel divino na terra.
Os Imames purificados (Paz esteja com eles) também enfatizaram essa verdade. O Imam Ali (Paz esteja com ele) disse: "Achas que és um pequeno corpo, enquanto o grande mundo está em ti?" [3]; tal perspectiva salva o jovem da perda de si.
3. Imamologia: Uma Ponte para a Verdadeira Identidade
Uma das maneiras eficazes de recuperar a identidade autêntica é conhecer o status dos Imames infalíveis (Paz esteja com eles) e ter uma conexão sincera com eles. Na cultura xiita, o Imam não é apenas um guia, mas também um modelo abrangente do ser humano perfeito, cujo conhecimento é equivalente ao conhecimento de si mesmo.
O Imam Sadiq (Paz esteja com ele) disse: "Quem conhece a si mesmo, de fato, conhece seu Senhor" [4]; o autoconhecimento é uma ponte para o conhecimento de Deus. Esse conhecimento é alcançado à luz do conhecimento do Imam; pois o Imam é o espelho perfeito do ser humano completo e o sucessor de Deus na Terra.
A conexão com a AhlulBayt (Paz esteja com eles) conecta o jovem às suas raízes divinas. A vida dos Imames (Paz esteja com eles) é um modelo completo de como lidar com o mundo, os desejos, os problemas e as responsabilidades. Esse conhecimento tira o jovem da confusão e coloca um destino claro diante dele.
4. Adoração: Uma Escada para Retornar a Si Mesmo
A adoração no Islã não é apenas uma série de atos secos, mas um caminho para retornar ao verdadeiro eu e conectar-se com a fonte da existência. A oração (Salat), a lembrança de Deus (Dhikr) e as súplicas (Munajat) mantêm a alma humana viva e a lembram de quem ela é e para que foi criada.
O Imam Sajjad (Paz esteja com ele), na Sahifa Sajjadiyya, tem súplicas que enchem a alma do jovem de espiritualidade e motivação. Por exemplo, na súplica vigésima, ele diz: "اللّهُمَّ اجْعَلْنِی أَهَابُکَ کَأَنِّی أَرَاکَ" (Ó Allah, faça-me temer-Te como se eu Te visse) [5].
Tal conexão salva o jovem do vazio, da frustração e da ansiedade. A adoração confere ao ser humano uma identidade divina e o protege contra as ondas de confusão.
5. A Comunidade Religiosa: O Ambiente para o Florescimento da Identidade Jovem
O papel da comunidade religiosa na formação da identidade dos jovens é inegável. Mesquitas, centros religiosos (Hey'ats), acampamentos culturais-religiosos e a conexão com estudiosos e estudantes religiosos podem ser oportunidades para encontrar amigos com a mesma mentalidade e para o crescimento intelectual e espiritual.
Um jovem que é educado nesse ambiente entende que não está sozinho. Ele se associa com aqueles que compreendem suas preocupações e lhe mostram o caminho do crescimento. "یدالله مع الجماعة"; A mão de Deus está com a comunidade.
Nas narrativas islâmicas, a importância do ambiente educacional e dos bons amigos também é enfatizada. O Imam Sadiq (Paz esteja com ele) disse: "Cuidado com a companhia de pessoas más, pois elas são como uma espada desembainhada: sua aparência é bela, mas seu efeito é terrível" [6].
Rodapés:
- Alcorão Sagrado, Surah Sad, versículo 72.
- Alcorão Sagrado, Surah Al-Baqarah, versículo 30.
- Nahj al-Balagha, Sabedoria 431.
- Tuhaf al-Uqul, pág. 356.
- Al-Sahifa al-Sajjadiyya, Súplica 20.
- Al-Kafi, vol. 2, pág. 375.
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